A DAMA DO LAGO

A Dama do Lago, é também conhecida pelos nomes: Nimue, Vivienne, Vivien, Viviana.

Nimue relaciona-se a Mnme, um diminutivo de Mnemosyne, uma das nove ninfas da água da mitologia greco-romana que concedeu armas ao heróico Perseu. Vivienne, deriva-se provavelmente de "Co-Vianna-Vianna", uma Deusa da água muito difundida, denominada de Coventina.

Independente de seu nome, é uma das mais misteriosas e inexplicadas damas feéricas que aparecem nas lendas artúricas.

Na época em que Malory recopilou a "Matéria da Bretanha", as fadas haviam sido convertidas em feiticeiras, porém nas novelas mais antigas sua natureza feérica é evidente. O "Lanzelet", do alemão Ulrich von Zatzikhoven, era uma tradução de uma novela francesa encontrada na Áustria por Morville, que foi um dos reis de Ricardo Coração de Leão, provavelmente seja a versão mais primitiva da lenda de Lancelot. Nessa versão, a Dama do Lago é uma verdadeira Donzela do Lago, como Gwragedd Annwn, a rainha de uma ilha de donzelas situada no meio de um lago encantado, onde o inverno não chega e ninguém conhece a dor. Educa o jovem Lancelot para que seja um campeão e proteja seu covarde filho, Mabuz o Feiticeiro, das incursões de seu vizinho Iweret.

DAMA DO LAGO, A MÃE DIVINA DE LANCELOT (relato cortês):

Em "Lancelot" (em prosa) do século XV, a Dama do Lago é uma maga, como é Morgan Le Fay (Morgana) em Malory e o lago é uma ilusão, conforme relato:

"O rei Ban de Bénoïc, em guerra contra o seu vizinho Claudas de la Landa, foge em segredo de sua fortaleza de Treb para ir pedir ajuda para o rei Arthur. Leva consigo sua esposa e seu filho ainda bebê. Chegando ao bosque de Brocelianda, sobe em um cerro e, ao longe, vê arder sua fortaleza, e morre de dor. A rainha, completamente transtornada, deixa seu filho ao pé de uma árvore e, ao regressar, vê uma linda mulher se apoderar da criança e desaparece com ele nas profundezas do lago. Essa mulher misteriosa é Viviana." (A Infância de Lancelot, "Lancelot em prosa")

O lago portanto, não passava de um encantamento que Merlim havia feito para ela, um pouco antes. No lugar onde a água parecia mais profunda, havia belas e ricas mansões. Nesse país maravilhoso, foi onde cresceu Lancelot.

Nesse relato (acima), Viviana é uma Dama do Lago entre tantas outras que aparecem nas lendas celtas e desempenha o papel de Mãe de Lancelot. Sabe-se que é bem comum o tema folclórico da fada raptora de crianças. Viviana atua também como verdadeira Deusa, pois sabe que o menino está destinado para grandes façanhas, sabe que um dia irá ao castelo do Graal e que será pai de Glaad. A missão que cumpre ao raptá-lo da mãe é uma missão divina. Ela é a Mãe Divina, a que dará a Lancelot do Lago uma espécie de segundo nascimento, o nascimento de uma "criança divina".

Jesse Weston, em "The Legend of Sir Lancelot du Lac", indica que o germe original da lenda de Lancelot é a história da captura de uma criança régia por uma fada aquática, pois, em "Lanzelet", Lancelot não é amante da esposa do rei Arthur.
Por Rosane Volpatto


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